quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

E foi-se

Cansei de tudo repetido
Palavras, frases, bajulices e coisas artificiais
Cansei de ser a mais e menos pra quase tudo
De preferida a seguimento dos momentos de solidão

Cansei das dores que tenho em momentos que me guardo
De só ter consolo quando não preciso
De ouvir palavras doces em momentos assim
De ferir-me com meu próprio gesto

Cansei de pessoas que me querem
De dias que me esperam
De momentos guardados
De segundos proferidos

Cansei da falta da chuva, do calor intenso
Da vida corrida e do ar parado
Do céu sem estrelas, do azul que não vejo
Cansei do silencio ardido...aquele que não tenho

Cansei das dores do mundo, do futuro listado
Das maneiras incorretas de sorrir
Dos sonhos primatas e deslocados
Das noites mal dormidas, das noites mal dormidas

Cansei de ser a “bobazinha”
Que dá tudo de si pra ver o próximo com o dobro do sorriso
Cansei de falar coisas belas e ter respostas ocultadas
Perguntas não respondidas e abraços negados

Cansei da curva que não faço
Do declínio dos meus dias
Das forças que às vezes não tenho
Dos atos comprimidos num choro

Cansei das paranóias da minha imaginação
Cansei de não ter imaginação
Cansei do não, do sim, sozinhos
Cansei de dizer, cansei de fazer...

Menos de querer, de amar
De sentir e nunca mentir
De sair e sempre estar aqui, ai
De sorri, de viver, de sonhar e acreditar

Acordo hoje para vida que sempre tive e não sabia...

Nenhum comentário: